Ecos do processo de Canonização
Instituto Jesus Maria José promove a Causa de Canonização pedindo a Deus a grande benção de ver reconhecida pela Igreja nossa Santa Fundadora, Rita Lopes de Almeida. (Madre Rita)
Irmã Margarida Maria Rossi – Superiora Geral deu inicio ao processo, nomeando o Postulador da Causa Dom José Pedro da Silva Bispo Emérito da Diocese de Viseu e Vice Postuladora a Irmã Maria Madalena Frade da Costa.
Estamos em 1991.
Foi enviada à Santa Sé, a 28 de Junho 1991, uma carta pedindo autorização para dar inicio do Processo de Canonização da serva de Deus Rita Lopes de Almeida e a 2 de Setembro de 1991, O Senhor Dom António Monteiro, Bispo de Viseu recebeu da Santa Sé o Rescrito que autorizava o inicio oficial do Processo “ NIHIL OBSARE”, (nada obsta) que o Processo se inicie.
Com este documento o caminho estava aberto e havia que prosseguir.
Estes processos são demorados até serem reconhecidos pela Igreja. É preciso seguir minuciosamente as normas estabelecidas “ Normae servandae” para as causas dos Santos. A abertura de um processo de Canonização, como este de Madre Rita é um gesto muito próximo de um fato Dogmático. Nele pode estar implicada a inefabilidade da Igreja. Canonizar é proclamar e propor como modelo de Santidade e intercessor junto de Deus o Servo de Deus que se canoniza.
Toda a vida do servo de Deus é sujeita a exames sérios neste processo da sua História de Vida. Sua constituição física, psicológica e mental, um conjunto de qualidades humanas. Pessoa de um só querer, firme em seus propósitos, maleável e dócil. O processo fundamental é o das virtudes comprovadas e do milagre. ( D. José Pedro da Silva)
Processo Diocesano: No dia 4 de Dezembro de 1991, no salão de festas do Semináruio Maior da Diocese de Viseu sob a Presidência de Dom António Monteiro Bispo da Diocese de Viseu, deu inicio ao processo canônico em sessão solene ; Presentes A Superiora Geral – Irmã Margarida Rossi, o Postulador Dom José Pedro da Silva e a Vice Postuladora Irmã Maria Madalena Frade da Costa. Foi explicado o significado o ato. E logo o Chanceler da Cúria diocesana leu a carta , que dá o “ NIHIL OBSARE”( nada obsta).
Um dos momentos muito importantes foi a tomada de posse do tribunal constituído por quatro elementos. A eles era dada a responsabilidade da condução do Processo. Após outras formalidades processuais, foi entregue, pelo Postulador, ao Bispo Presidente a lista de testemunhas a interrogar.
Foi nomeada uma comissão histórica. Os membros do tribunal da comissão histórica foram convidados a fizer o juramento sobre a Bíblia. ( processo é sigiloso). No momento próprio, Irmã Margarida Maria Rossi – Superiora Geral, fez o agradecimento a todos em nome do Instituto Jesus Maria José. Em Portugal como no Brasil as testemunhas foram ouvidas.
No mesmo salão, volvidos que foram os quatro anos, se procedeu, a 23 de Outubro de 1994 ao seu solene encerramento. Felizmente que todos os principais intervenientes, na primeira hora designados, puderam comparecer comungar do Jubilo que envolvia todos os presentes incluindo autoridades civis. , Dom António Monteiro, faz os esclarecimentos sobre o que estava acontecer, e logo após, declara aberta a Sessão. Seguiram-se as formalidades processuais, tais como juramento do portador das Atas para Roma, selagem das caixas que continham textos originais e traduções. A encerrar, palavras de congratulação e de Júbilo, por D. António Monteiro, Bispo da Diocese.
Reconhecimento do Milagre
”Milagre” D. Esméria Taveiro Cintra ( Brasileira),que padecia de uma doença mortal nos intestinos, depois de passar por 11 cirurgias desenganada pelos médicos de sua cura, cheia de fé, junto com sua filha, ( Irmã Verônica do Instituto Jesus Maria José). Iniciaram a orar pedindo a interseção de Rita Amada de Jesus. Submetida a mais uma cirurgia só para aliviar o seu sofrimento sem certeza de cura, a medicina nada mais tinha a fazer, após esta obteve uma cura “rápida” perfeita e estável. O Milagre ocorreu no dia 29 de Dezembro de 1994. Agora em exames meticulosos, em diversas instâncias vaticanas e finalmente, o desejado reconhecimento acontece, Este milagre que a Igreja reconhece, passados 14 anos, depois de ouvir centenas de testemunhas e a comunidade cientifica. o Papa João Paulo II, assina o “Decreto” sobre a autenticidade do milagre atribuído à intercessão de Madre Rita, datado de 20 de Dezembro de 2004. Comprovado o Milagre e certificadas as virtudes da Venerável Rita Lopes de Almeida, João Paulo II marca a data da Beatificação para Abril de 2005 em Roma. Esta data foi cancelada devido à morte do Santo Padre. Em 2006 o Papa Bento XVI, através da Congregação para a causa dos Santos proclama, oficializando a Beatificação para o dia 28 de Maio de 2006, em Viseu - Portugal.
No dia 28 de Maio de 2006, realizou-se no Adro da Sé em Viseu - Portugal
Á Solenissima Cerimônia presidiu Sua Eminência o Senhor Cardeal D. José Saraiva Martins, Perfeito da Congregação para a Causa dos Santos, como legado do Santo Padre Bento XVI.
Acompanhavam Sua Eminência o Senhor D. António Augusto dos Santos Marto, Administrador Apostólico da Diocese de Viseu, estiveram presentes vários membros do Episcopado Português e do Episcopado de outros países de língua oficial portuguesa, Brasil,Angola e Moçambique.
Concelebraram também os Cônegos da Catedral e muitas dezenas de Sacerdotes das Dioceses de Viseu, de outras dioceses de Portugal e outros países onde o Instituto está implantado.
Presente uma grande multidão de fieis vindo sobretudo, mas não só, de toda a Diocese de Viseu, destacando-se os habitantes da terra de ” Rita Amada de Jesus” Ribafeita. Era uma grande multidão ocupando o Adro da Sé e os espaços contíguos nos quais foram instalados ecrãs gigantes.
Para o Ato foram convidadas as Autoridades Civis, Militares e Acadêmicas, que nos honraram com sua presença. Presentes muitas das pessoas que, participaram no desenrolar do Processo Canônico para a Beatificação.
Mereceu particular destaque a presença das Religiosas do Instituto Jesus Maria José, fundado por Rita Amada de Jesus, muitas delas vindas de vários países, Brasil, Angola, Moçambique e Bolívia.
A Cerimônia decorreu com grande brilho e esplendor.
No Inicio da Eucaristia, o Senhor Dom António Marto saudou o Legado de Sua Santidade, o Papa agradeceu em nome da Diocese de Viseu ao Santo Padre, à Congregação para a Causa dos Santos na pessoa do Senhor Cardeal Dom José Saraiva Martins e a todos quanto trabalharam no Processo de Beatificação e solicitou formalmente a Beatificação proclamando a Carta Apostólica:
“Nós, acolhendo o desejo , não só do nosso Irmão António Augusto dos Santos Marto, Bispo de Viseu, mas também de muitos outros Irmãos nossos no Episcopado e de muitos fieis, depois de ter recebido o parecer da Congregação para a Causa dos Santos, com a nossa Autoridade Apostólica concedemos que a Venerável Serva de deus, Rita Amada de Jesus, fundadora do Instituto Jesus Maria José, que dedicou toda a sua vida em prol da Família, de hoje em diante possa ser chamada Beata, e que a sua festa se celebre, nos lugares e nos modos estabelecidos pelo direito, no dia 24 de Setembro de cada ano.
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. Dado em Roma, junto de S. Pedro, no ano do Senhor de 2006, no dia vinte e oito de Maio, segundo ano do nosso Pontificado.” (Papa Bento XVI)
No desenrolar do Ato Litúrgico, o Legado de Sua Santidade o Papa Bento XVI, Sua Eminência o Senhor Cardeal José Saraiva Martins , procedeu ao Ato de Beatificação.
Nas palavras que proferiu, sua Eminência destacou as virtudes heróicas de Madre Rita.
Novos títulos se destacaram em sua vida e santidade para serem apresentados ao mundo de hoje: “Apostola do Rosário,”Apostola da Eucaristia, Apostola da Família.
A atualidade de sua Espiritualidade para os homens do nosso tempo. Lembrando alguns deles: “ Fidelidade a Deus e ao Próximo sem hesitações nem subterfúgios; terna devoção Mariana, em particular a do Santo Rosário; enamorada de Jesus na Eucaristia, do Coração de Jesus e da Sagrada Família de Nazaré; O seu amor a Cristo levou-a a abrir-se aos outros, a ir ao seu encontro convidando-os a viver uma vida renovada em Cristo”
Síntese da Homilia da Beatificação, aqui transcrita:
“ A Ascensão de Jesus, é o prelúdio da ascensão da humanidade, isto é, de todos e de cada um de nós.
O caminho do homem não é, por conseguinte, um vaguear sem meta nesta terra. Ao contrário, temos um grande horizonte e um alto destino, para onde nos encaminhamos (...). A Ascensão do Senhor recorda-nos que somos chamados a olhar para o alto (...), pois como dizia o grande escritor francês Carlos Péguy “ está a espalhar-se uma verdadeira amnésia de eternidade”.
Os Apóstolos não tem uma missão distinta da de Jesus: ele são o seu prolongamento visível no tempo e no espaço. Eis porque a Igreja é, por sua própria natureza, missionária. Ela é missionária de Cristo, como Cristo é missionário do Pai.
É neste contexto profundamente espiritual e missionário, que Beata Rita Amada de Jesus acaba de ser elevada às honras do altares. Não seria possível encontrar um contexto mais apropriado para a sua Beatificação.
A nova Beata viveu um período muito difícil, devido à situação da Europa e à conjuntura interna de Portugal. (...)
Ainda muito nova, ela intuiu, como poucos a grande importância do problema da educação, sofrendo com a falta de uma escola em Ribafeita e amadurecendo a Edéia de abrir aí, uma para meninas pobres e abandonadas, com a finalidade de contribuir para a construção de um forte tecido ético através da sua formação. Antecipou assim o processo da valorização da mulher, cujas a metodologias podem ainda servir de inspiração para análogos esforços nos nossos dias.
Rita tinha 32 anos, quando a 24 de Setembro de 1880, vencendo não poucas dificuldades de natureza política e religiosa, fundou na sua própria paróquia um colégio para a educação de meninas e simultaneamente o Instituto das Irmãs, Jesus Maria José, inspirada na Sagrada Família de Nazaré.
A Obra cresceu com o tempo, no meio de muitas vicissitudes e dificuldades, abrindo colégios na diocese da Guarda, Castelo Branco, Porto e Viseu. Antes de morrer, viu o seu Instituto estender-se para o Brasil, para onde enviou as suas religiosas e onde inaugurou um primeiro colégio na cidade de Igarapava, diocese de Ribeirão Preto, no Estado de São Paulo. Hoje, sua obra estende-se de Portugal ao Brasil, da Bolívia, Peru, Paraguai, México, Angola, Moçambique e Cabo Verde, ligando o seu país natal aos continentes americano e africano.
A Espiritualidade de Madre Rita - baseia-se, toda ela, na mais absoluta fidelidade a Deus e ao próximo, sem hesitações nem subterfúgios. Foi esse o binômio que orientou sempre a sua vida e a sua atividade apostólica. Outra característica da espiritualidade de Madre Rita é a sua terna devoção mariana, em particular do Santo Rosário, antecipando, de certo modo, a mensagem de Nossa Senhora aos pastorinhos de Fátima.
A nova Beata foi também uma enamorada de Jesus na Eucaristia, do Coração de Jesus e da Sagrada Família. Daí provinha a formidável energia do seu zelo Apostólico, da sua grande aventura espiritual. O seu amor a Cristo levou-a a abrir-se aos outros, a ir ao encontro, convidando-os a viver uma vida renovada em Cristo.
Soube ler os sinais dos tempos, que pediam respostas novas e corajosas para as necessidades de então: as diversas formas de pobreza, tanto materiais como morais e espirituais da sociedade.
Ela lutou com todas as forças pela libertação da mulher de toda e qualquer escravidão e, portanto, pela sua promoção em todos os aspetos ; pela sua instrução e formação, para que pudesse viver em plenitude sua dignidade de pessoa e de filhos de Deus.
Ela própria se empenhava em visitar as famílias, sobretudo as dilaceradas por divisões, infidelidades e vícios, chegando em volver-se em situações delicadas, a ponto de receber por isso, ameaças de morte. E quantas vezes hospedou na sua casa paterna mulheres desejosas de conversão e de serenidade!
A Madre Rita não se cansava de dizer que, na base da família, está sempre o amor; um amor não egoísta, mas generoso aberto à vida.
Para além da libertação e promoção da mulher e da renovação da família, Madre Rita trabalhou com grande paixão pela formação humana e cristã das jovens e das crianças. ( ...) No Patrimônio Espiritual lê-se o seguinte: “ Estava ela convencida que a vida inteira depende dos princípios recebidos na infância; por isso, entregou-se com tanto zelo à Obra da Educação das meninas, constituindo este aspecto um dos pontos principais das suas constituições: acolher as crianças pobres e abandonadas. Dinamismo e criatividade, maternidade e dialogo, atividade e participação: são estes os traços salientes de uma pedagogia religiosa simples e iluminada, que fazem de Madre Rita um dos grandes mestres da pedagogia cristã do seu tempo, que deram respostas concretas e eficazes às novas escolas laicas que se iam construindo na Europa, entre finais do século XIX e inicio do XX.
Não há dúvida de que educação, sobretudo dos jovens e das crianças, que depende o futuro da Europa e do mundo de amanhã. Eis o grande desafio de Madre Rita, eis a sua mensagem para o homem do nosso tempo. O mundo de hoje precisa de santos, como repetia João Paulo II. Hoje, porém, e nas palavras de Simone Weil, não basta ser santos, é necessário a santidade que o presente exige, uma santidade nova...
Esta é a mulher extraordinária que a Igreja propõe hoje, como modelo ao povo Cristão. Uma mulher extremamente sensível à realidade do seu tempo, encarnada no ambiente beirão em que viveu; uma mulher forte, coração cheio de amor, de fé e de esperança; uma mulher que, iluminada pelo Espírito, concebeu, e viveu, a santidade como a plenitude de humanidade” Viseu, 28 de Maio de 2006. (Cardeal José Saraiva Martins)
A celebração terminou em ambiente de grande alegria e de grande fervor espiritual.
Para nós Religiosas do Instituto Jesus Maria José e família JMJ, a Beatificação de Madre Rita nos deu novo ardor para vivenciar nossa espiritualidade e carisma. Voltamos à fonte de onde Madre Rita lançou a pequena semente de sua obra, que se tornou árvore frondosa, isto nos impulsiona a um novo ardor na Missão.
O Instituto Jesus Maria José, procurou fazer eco deste acontecimento singular por todos os meios ao seu alcance nos Países, Dioceses , Cidades e lugares onde as Irmãs do Instituto Jesus Maria José estão presente.
Continuação do Processo
O processo não terminou, queremos vela reconhecida como santa universal precisamos que ela realize outros milagres para esse reconhecimento, se essa for a Vontade Deus.
Continuamos com a Missão de anunciar o Evangelho da Conversão deixado por Rita Amada de Jesus, como dom do Espírito Santo ao Instituto Jesus Maria José, proclamado e vivenciado por cada Irmã e Membro da Família Jesus Maria José.
Com o zelo apostólico que nos caracteriza, anunciamos a Boa Nova: às Crianças aos Jovens e às Famílias, educando-as e acolhendo-as em nossas obras e nas Pastorais assumidas pelo Instituto JMJ.
Prosseguimos com ardor a divulgação por todos os meios e com entusiasmo a Vida e Obra de Madre Rita. Novas Fundações nos chamam e nos abrem a novos desafios.
Com a Celebração do XIII Capitulo geral de 2007, foram propostas algumas ações que nos levam a prosseguir no Processo de Canonização:
Celebrar o dia 24 de cada mês em reflexão e oração, pedindo a Deus a graça da Canonização.
Foi feito o reconhecimento dos restos mortais e colocados na grande Relíquia na Urna de Bronze, verdadeira obra de arte, encontrando-se Comunidade da Residência Jesus Maria José, Viseu, Portugal, até que a construção da Igreja JMJ, esteja concluída. Aí serão colocados definitivamente os restos mortais, na Capela Tumular para a veneração dos fieis.
Foram introduzidas nas comunidades do Instituto a Imagem e o relicário com uma relíquia primária de Madre Rita. (carta em anexo)
Para a Família Jesus Maria José, os nossos destinatários, seus devotos e em geral na divulgação da vida e obra de Madre Rita usamos: Publicação de Livros, pagelas com a novena, CD ( Com musica e letra sobre Madre Rita), relíquias, imagens, teatro “ Rosa do Povo”...
Na celebração do Jubileu – 100 anos de presença do Instituto Jesus Maria José no Brasil, queremos que Madre Rita seja a Protagonista, nas pequenas e grandes celebrações, que ela nos abençoe no nosso viver hoje, preparando o à manhã com “ Audácia Comunhão e Esperança”.
Irmã Maria de Lurdes Lopes Filipe